Sonhamos porque somos incapazes de enfrentar o presente. Pensamos no futuro, nos projetamos para ele, porque fomos transformados em peças enlatadas desprovidas de ânimo para a luta.
Buscamos o imediato. Sabemos um pouco de tudo e exatamente de nada.
Nos agregamos ao passado, ao que já está pronto, porque nossa geração não foi criada para o novo, mas apenas para a cópia e por isso a essência e força das coisas estão se esvaindo. Por isso o significado das culturas, contra-culturas e até mesmo da própria palavra estão se perdendo.
Porque o ser humano, acostumado apenas com reformas, se esqueceu das dificuldades em se criar as bases, porque alguém acostumado apenas em abrir uma lata, um pacote, se esquece do suor derramado para semear a terra, para erguer o teto do que posteriormente será chamado de lar, ou mesmo do sangue ofertado aos deuses da guerra para que cesse a injustiça e prevaleça nosso direito de estarmos vivos.