terça-feira, 5 de outubro de 2010

QUe futuro resta para nós? Pobres & pobres


No mundo atual, por mais evoluídos tecnologicamente, não tem sido suportável sobreviver. Desde de cedo somos jogados numa escola municipal e depois pública, passando anos em cima de uma carteira suja e rabiscada, aprendendo o quê?


Aprendemos porcamente a ler e escrever em meio a uma sala lotada, onde todos gritam, incluindo os professores que cansados e desmotivados aplicam de uma vez o abc para que o cidadão pule de um ano a outro, da forma mais rápida que existir.

Aprendemos matemática, sem conseguirmos aplica - lá, português sem conseguirmos trocar “a gente” por “nós”. Aprendemos coisas que entram por um ouvido e saem por outro, desde ciência à biologia, química e física, artes, e o que mais mesmo?

Os jovens que sonham com um estudo melhor, por não entenderem a diferença entre um pobre e um rico, perdem o foco na baderna do intervalo, nos becos das vilas, na falta de alguém para investir em você. Perdemos nossos sonhos quando dedicados pretendemos um vestibular, e em seguida descobrimos que essa mesma vaga pretendida por você, jovem pobre, de escola pública, será disputada com alguém que durante sua formação teve tudo o que havia de melhor, a começar pela educação.

Pois em um país que fingidamente se desenvolve, a educação é limitada pela quantidade do seu dinheiro, é mascarada a diferença com cotas, com bolsas. Enquanto a maior parte da população vive no silêncio e na ignorância, sem saber dos seus direitos.

Agora, para você que após anos na desigualdade ascende a uma oportunidade numa universidade federal, resta apenas mais uma desilusão, a de entrar em contato com professores corruptos, com professores que recebem muito e lecionam nada. Com professores apadrinhados por políticos, com funcionários públicos corruptos que não se importam com os seus problemas, mesmo destinados a cargos que competem resolver problemas acadêmicos.

Com isso, mais uma vez, você cidadão brasileiro, que se desenvolveu na injustiça da suposta justiça social, vê que sem dinheiro não é nada, absolutamente nada. Vê que sem dinheiro ninguém o defenderá, ninguém lhe dará espaço ou investirá nos seus sonhos... e mesmo assim, continuamos caminhando na sombra, mesmo cansados e desiludidos. Mas ninguém nos ensinou a lutar, certo? Ninguém nos disse que união é força, que voz é poder. Ninguém.

Mas as minhas esperanças não se encerram.

Não somos animais e um dia, é certo, haverá uma outra grande revolução.