domingo, 17 de abril de 2011



 Se houvesse algum homem capaz de criar um único argumento, suficiente em sua essência, para explicar o vazio  que acomete os corpos, esse homem deveria ser um deus. Pois se houvesse a possibilidade de se explicar através de palavras todas as pulsões, sentimentos, pertinentes ao homem, todas as chagas estariam estancadas e a agonia inerente ao universo da existência seria não apenas aceitável, mas real.
 Já que o ser da palavra, que a tudo denominou, dominou e destruiu mal sabe dizer sobre si ou denominar a si; é incapaz de descrever o eu, a alma, os sentimentos que compõe drasticamente cada pedaço dessa cognoscência. E por isso especula e divaga como uma mosca envolta da lampâda. E por isso brinca de deus, ao criar uma espécie de vida cibernética para imitar suas próprias pulsões.
 Tenta pintar da forma mais alucinógena a imagem de um ser repleto de deficiências, de doenças, escorado em uma muleta divina que aplaca a dor e fecha os olhos para o sentido em não existir sentido nenhum, como um véu de Maia.
 Sofre por não ser capaz de desvendar sua própria essência, se foi capaz de desvendar até a fórmula da massa borbulhante que originou sua evolução, se é capaz de reproduzir seus próprios sentimentos em um pedaço de lata. Mas não se desvenda, e por isso não cansa em procurar uma unica resposta para sua própria salvação!
 E agora homem, continuará brincando de deus para enfiar vida em uma lata, em um robô que pensará, que terá moral, que sentirá, ao invés de salvar suas crianças de carne, que morrem de fome todos os dias?

sábado, 16 de abril de 2011

Hijo de La Luna - Haggard


Tonto el que no entienda
cuenta una leyenda
que una hembra gitana
conjuro a la luna hasta el amanecer
llorando pedia
al llegar el dia
desposar un calé
tendras a tu hombre piel morena
desde el cielo hablo la luna llena
pero a cambio quiero
el hijo primero
que le engendres a el
que quien su hijo inmola
para no estar sola
poco le iba a querer

Luna quieres ser madre
y no encuentras querer
que te haga mujer
dime luna de plata
que pretendes hacer
con un niño de piel
hijo de la luna

De padre canela nacio un niño
blanco como el lomo de un armiño
con los ojos grises
en vez de aceituna
niño albino de luna
maldita su estampa
este hijo es de un payo
y yo no me lo cayo

Gitano al creerse deshonrado
se fue a su mujer cuchillo en mano
¿de quien es el hijo?
me has engaño fijo
y de muerte la hirio
luego se hizo al monte
con el niño en brazos
y alli le abandono

Y en las noches que haya luna llena
sera porque el niño este de buenas
y si el niño llora
menguara la luna
para hacerle una cuna
y si el niño llora
menguara la luna
para hacerle una cuna
Eu gostaria de estar na paz do teu abraço
Mas, o teu abraço não tem paz, guerra.

domingo, 10 de abril de 2011

“É por se chamar amor
Que punge no peito
O mais doloroso de todos os espinhos.”

domingo, 3 de abril de 2011

Tétrico horror - jogo dos corpos



Era um corpo que flutuava no tempo,
Era uma alma acorrentada ao chão.
As vezes se mostrava como lírico tormento
Outras era carne em putrefação.

Se via um rastro, um borrão
Que corria entre o espaço caótico
Do ser e da imaginação.
Um rastro sapientíssimo, apenas um borrão

Que mascarado se opunha
A norma e a tradição.
Que sorria através da maquiagem tétrica,
Pois era composto do medo, do negro,
Do sujo.

Era um corpo em pedaços
Composto de destroços de uma mulher,
Mas ao longe se assemelhava ao homem...
Puerilmente aquele menino que morreu.

Não se via formas
Na alquímica composição, eram pedaços de todos os seres,
Eram seres de toda imaginação.
Homem e mulher, misturados na tinta do tempo,
Hospedeiro do pesadelo existente em todos nós.

Era parte de mim, era parte de você.
Um corpo que flutuava no tempo,
Que se arrastava no chão.
Um borrão que vivia divisível
No espaço do ser e da imaginação.

Um borrão de um quadro antigo
Que talvez a Moira pintou;
Feito de pedaços da carne,
De um acidente que faz do corpo uma massa.
Um quebra-cabeça monocefálico
De mim, de você.

Um jogo disforme acorrentado ao chão
Feito do tétrico da realidade,
Feito da carne onde o verme subsiste,
Feito dos sonhos que o mundo oprime,
Feito do horror que o homem esconde.

Era um corpo que flutuava no tempo,
Era uma alma acorrentada ao chão.
As vezes se mostrava como lírico tormento
Outras era carne em putrefação.

Se via um rastro, um borrão
Que corria entre o espaço caótico
Do ser e da imaginação.
Um rastro sapientíssimo, apenas um borrão.