segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Hino solto ao acaso



Guardei a voz
Em um baú profundo
Onde jamais escutariam meu hino
E o entreguei em mãos do acaso
Para que este fizesse partir
Os pedaços esparsos
Daquela antiga canção

Ergui muros altivos
Para proteger
Minha rosa áurea,
Dádiva de amores partidos,
Deusa de sonhos perdidos
Criança de escuridão
Na luz de um dia profano

E lá fui contando os dias
Jogando aos ventos
As flores do tempo
Mortas pela solidão
Até que entre assas de um anjo
De breve relance
Pude um hino escutar

O hino era a voz
Renegada
Pungindo de dor
Todo o amor
Que me pude sonhar
Solto ao acaso

Cansado de voar
Está estrela vésper
Em altos muros veio pousar
E ao ver que ali
Uma rosa parecia existir

Pode enfim confirmar
Que só o seu canto
Os pedaços esparsos
De meu coração
Ele poderia curar         

E que só meu hino
Era digno de sua canção...

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