sábado, 12 de junho de 2010

Abaixo do bem, acima do mal

Hoje entrei em contato com o mundo real, e foi uma relação causa/efeito tão próxima do meu cotidiano, que cheguei a sentir um mal físico assombrando minha carne, e muito mais, chegando até as entranhas de minha mente.

Creiam-me caros leitores, para quem tem como prioridade o uso da razão, que sempre deve imperar sobre os instintos mais animalescos, ao compreender toda violência atual, acaba crendo que o homem é mesmo um animal, ou, melhor explicitando, muito pior do que a própria fera, que tomada de puro instinto, cobre de sangue a ameaça que lhe cerca para conservar sua vida.

Esse homem que também luta pela conservação de sua vida, é o que mata por prazer, que mata por luxúria, por poder, que mata simplesmente para afirmar sua própria vontade. Eis que surgem duas diferenças, provindas de uma mesma fonte, entre o homem e o animal. Eis que se apresenta diante de nossos olhos o que condena o homem como pior do que o animal.

A primeira diferença está no fato desse homem ter a consciência de si e do outro. A segunda é dada pelo seguinte ponto: diferente do animal o homem mata por desejar, não apenas para sua conservação. Ele mata por puro querer, ele mata pela vontade que impulsiona seu querer!

Mas a pergunta que sempre me assombra é que ambos os pontos apresentados acima, que tornam esse homem mau, provém de uma única fonte: a razão. Não deveria ser a própria razão, que dá a possibilidade do homem ter consciência de si e do mundo que o cerca, o que conteria o instinto e a vontade que dominam o homem, esse instinto que leva ao homicídio, à delitos hediondos?

Não seria a priori a todos os seres racionais que matar o próximo, para beber do cálice do prazer, é rebaixar-se muito mais do que o próprio animal, que mesmo sem consciência total de si e do mundo, não mata por matar? Ou essa seria apenas uma regra social, que faz com que o homem esconda de si mesmo o monstro que é?

Um comentário:

  1. Querida,
    Já tinha saudades de te ler.

    O pior animal que existe e o homem.
    Mil beijos
    Rachel

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