terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

ExPeRiMeNtAl


Inevitavelmente,


Quando sento,
Ando,
Falo,
Sou transportada,
Arrastada,
Por enleios e devaneios.

Me entrego a um sonho lindo
E na transição
De um verbo tão ansioso
O mal de amar
Me acomete,
Me atrai,

Transporta,
Transpõe,
As barreiras de um tempo
Que tão duramente nos separa.

Mas entenda amor,
Sem tocar
Ou apenas indagar,
Estou mais próxima
Do que todas as pessoas
Tão próximas.

Parto deste pensamento
- Tão antes
sem pensar que o pensaria -
De um dia entrelaçar nossas mãos,
Sendo assim induzida,
Levada tão além de um
Agora sujo e hipócrita.

Como se pensar em seu estar
Me mantivesse um pouco encoraja
A suportar todas as mentiras
Tecidas pela vida,

Que sem tecer nosso caso
Trouxe-nos pelo acaso
Até nos encontrarmos,
Tão dentro
Um do outro.

E tão dentro de você
Descobri só o abandono
Do tempo
Que custa passar,
Que se renega a nos dar
Algo tão prometido.

Pois que assim,
Dentro de mim,
Mantenho todas as razões
Para viver,
Para mentir,
Para enfrentar o mundo
Ilusionista.

Unidos,
Sem a consciência
Do tempo,
Do espaço

E das mentiras
Que mentimos.

Quem será capaz
De fazer
Com que nos esqueçamos?

Entenda amor,
Como as palavras
Levam de mim
Para você
A complexidade
Desse complexo
Encadeado
De pensamentos, que me sondam.

Um universo crescendo
Ganhando vida
Onde deveria ser sepultado.

Mas em mim
A uma fala de você
Tão absurdamente alta
Que quando menos percebo
Cá estou eu:

Absorta,

Envolvida,

Inevitavelmente,

Quando sentando,
Andando,
Falando.

Sempre transportada,
Arrastada,
Por enleios e devaneios,

Para mais loucamente
Amá-lo em meus
Profundos
E sinceros
Pensamentos.

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