sexta-feira, 16 de julho de 2010

O fogo do tempo












O fogo,
Que moço,
Vem e queima
A pele
Daquele que um dia nasceu.

E se fosse meu ou seu,
O rosto
Que moço
Pôs-se a envelhecer?

Seriam feixes
Que queimam,
Secretamente,
Na lembrança
Da eterna criança
Que já morreu

Sempre dançando
No baile
De um tempo
Que não é mais seu.

E se o fogo
Viesse e queimasse
O corpo de um moço
Que pela poeira dos anos
Já envelheceu?

Seria o velho ou o moço
Que de mansinho se esconde
Em doces lembranças,
Amargas esperanças,
Fingindo não ser consigo,
Que a sonsa vitalidade o abandona,
Na esperança de viver
Apenas mais dez segundos
De ilusão?


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