domingo, 3 de abril de 2011

Tétrico horror - jogo dos corpos



Era um corpo que flutuava no tempo,
Era uma alma acorrentada ao chão.
As vezes se mostrava como lírico tormento
Outras era carne em putrefação.

Se via um rastro, um borrão
Que corria entre o espaço caótico
Do ser e da imaginação.
Um rastro sapientíssimo, apenas um borrão

Que mascarado se opunha
A norma e a tradição.
Que sorria através da maquiagem tétrica,
Pois era composto do medo, do negro,
Do sujo.

Era um corpo em pedaços
Composto de destroços de uma mulher,
Mas ao longe se assemelhava ao homem...
Puerilmente aquele menino que morreu.

Não se via formas
Na alquímica composição, eram pedaços de todos os seres,
Eram seres de toda imaginação.
Homem e mulher, misturados na tinta do tempo,
Hospedeiro do pesadelo existente em todos nós.

Era parte de mim, era parte de você.
Um corpo que flutuava no tempo,
Que se arrastava no chão.
Um borrão que vivia divisível
No espaço do ser e da imaginação.

Um borrão de um quadro antigo
Que talvez a Moira pintou;
Feito de pedaços da carne,
De um acidente que faz do corpo uma massa.
Um quebra-cabeça monocefálico
De mim, de você.

Um jogo disforme acorrentado ao chão
Feito do tétrico da realidade,
Feito da carne onde o verme subsiste,
Feito dos sonhos que o mundo oprime,
Feito do horror que o homem esconde.

Era um corpo que flutuava no tempo,
Era uma alma acorrentada ao chão.
As vezes se mostrava como lírico tormento
Outras era carne em putrefação.

Se via um rastro, um borrão
Que corria entre o espaço caótico
Do ser e da imaginação.
Um rastro sapientíssimo, apenas um borrão.

Um comentário:

  1. Espero que voce esteja muito bem e que os dias seja do jeitinho que sonha, tenha uma linda semana, beijos !!!

    ResponderExcluir