segunda-feira, 12 de julho de 2010

A RAZÃO PERSCRUTA E A FELICIDADE ORDENA



         Todo e qualquer ser racional, possuí um íntimo desejo, que é compartilhado pelos homens, apenas para com o querido EU: a busca da tão adorada felicidade. Não é por menos que tratados sobre isso foram desenvolvidos, não é por menos que apontam a felicidade como fim último de todas as coisas e investigam através das ações humanas, qual seria o motivo de tanto querer.


         Ela é tão presente no corriqueiro, no cotidiano, que parece até constituir morada dentro de nosso ser, ou se preferirem, dentro de nossa razão, pois é essa mesma razão que é forçada a investigar quais as possibilidades de uma ação que nos levaria a alcançar a tão almejada felicidade. A razão chega parecer apenas um brinquedo, em mãos pueris que desejam a todo custo sentir o prazer do ato ordenado pela “feliz felicidade que deseja ser saciada”.


         E diria mais, diria que Schopenhauer errou o alvo ao dizer que a Vontade é o que impulsiona o mundo, muito pelo contrário, a felicidade é o que faz com que o mundo gire, ao menos o nosso mundo; o meu primeiro motor, que me faz levantar todos os dias e buscar infinitamente ações que me levem a ser feliz ou colocá-las em um mural de pequenas felicidades que no fim, ao somarem-se, resultariam em uma grande felicidade.


         Essa afirmação deveria ser procedente se por um momento imaginássemos o homem desprovido não apenas dessa capacidade de buscar o que o faz feliz, mas da consciência que o faz desejar a felicidade, sem mesmo saber o que é a felicidade.


Se esse homem não tivesse forças para agarrar a felicidade com unhas e dentes, o que o teria levado a sonhar com a imensidão? Nada o faria querer voar como os pássaros se não existisse a idéia dentro dele da necessidade de felicidade! O que o tornaria feliz seria apenas alçar vôo, então sua razão deliberou e o resultado foi o avião, foram os foguetes, os carros, a tecnologia.


Mas neste ponto, me pergunto sobre o papel do egoísmo - que aqui será diferente de auto-conservação - diante do nosso estado de perseguidores da felicidade. Pois não seria ela a produzir esse egoísmo dentro de nós?


Pois só uma coisa pode vencer a razão, e essa é o egoísmo, como se a felicidade não jogasse limpo e nem medisse esforços para alcançar a sua supremacia. Então, perceba, como o homem é um mero fantoche, pois o que a felicidade desejar ou será saciado pela razão ou pelo egoísmo.


Esse egoísmo é expresso claramente nas mãos de facínoras, ladrões ou em nossas próprias ações quando em nosso íntimo, torcemos o nariz para algo que desejamos também, mas que apenas o cara do lado possui. É certo que em muitos casos, a razão mantém a sua consciência apontando que nem tudo pode ou deve ser saciado, mas em outros casos existe um descontrole, uma sede insaciável que retira o seu néctar, que há de beber, através da dor alheia.


Entretanto, é interessante perceber que o egoísmo cede completamente aos devaneios da felicidade, mas a razão ainda mantém o seu papel de prescrever e que muitas vezes acaba por ceder, mas não completamente, aos caprichos da felicidade.
Ela se manifesta diferentemente em cada um de nós, mas existe, em absoluto, dentro de todos nós, como condição básica para nos diferenciar de todos os outros animais.

2 comentários:

  1. hey! Desta vez eu que tomei a liberdade de comentar aqui no seu blog, que por sinal é mto bacana! Entretanto eu penso sim que a vontade vem antes da felicidade, afinal, para fazermos, iniciarmos qualquer atividade, primeiro deve vir a vontade... ó, a força de vontade, que tantas vezes me falta hahahaha Agora... o cuidado é "onde sentir" a felicidade? A minha, por exemplo, é ouvir uma boa música, estar com os amigos, rir de qualquer coisa, realizar algo bom no trabalho, enfim, o básico ou como diriam outros "o de sempre, por favor".
    Beijos, aguardo o próximo post!

    ResponderExcluir
  2. SIm!
    Schopenhauer concordaria com o seu ponto, mas acredito que antes da vontade, vem a felicidade, ou a vontade de sentir a felicidade! rsrsrs

    Bjos!

    Obrigada pelo comentário!

    ResponderExcluir